terça-feira, 28 de janeiro de 2014

UM ESTRATEGISTA BRILHANTE









Movimento Liberal de 1842 em Queluz

Imagem da Internet



UM ESTRATEGISTA BRILHANTE

Avelina Maria Noronha de Almeida






No livro CAMINHOS DO CERRADO – A Trajetória da Família Pereira Brandão, de autoria de José Américo Ribeiro, Eduardo Carvalho Brandão e Olímpio Garcia Brandão, encontra-se o seguinte pensamento:

“Pensar que o homem nasceu sem uma história dentro de si próprio é uma doença. É absolutamente anormal, porque o homem não nasceu da noite para o dia. Nasceu num contexto histórico específico, com qualidades históricas específicas e, portanto, só é completo quando tem relação com essas coisas. Se o indivíduo cresce sem ligação com o passado, é como se tivesse nascido sem olhos nem ouvidos e tentasse perceber o mundo exterior com exatidão. É o mesmo que mutilá-lo.”
Carl Young

Inspirando-me nas sábias palavras do célebre psicanalista, vou falar um pouco sobre a descendência do varão português MANOEL PEREIRA BRANDÃO.

Entre os descendentes do fazendeiro de SÃO GONÇALO, que são numerosos em Conselheiro Lafaiete, no Estado de Minas Gerais e mesmo no Brasil, estão pessoas ilustres no Clero, na Justiça, na Política, nas Artes, nas Letras e nas Ciências e em vários outros setores.

Mas foi escolhido, para ser focalizado especialmente, seu neto MARCIANO PEREIRA BRANDÃO, que teve o nome inscrito na história de Minas Gerais, pela sua brilhante atuação no Movimento Liberal de 1842, cujo cenário foram as províncias de São Paulo e Minas.

Conta o livro do CÕNEGO MARINHO, que participara do conflito, que o capitão MARCIANO BRANDÃO “aderiu cordialmente ao Movimento e que, com lealdade e zelo, serviu até o último instante”.

Estando Queluz sob o domínio dos Legalistas, o CAPITÃO MARCIANO deu o seu parecer sobre a situação, dizendo que poderia tomar a vila de Queluz. Assim relata o Cônego Marinho, falando a respeito de Marciano:

“Propôs ele, então, que se lhe confiassem duzentos homens (talvez tenham tido dúvida sobre a eficiência do plano porque lhe confiaram apenas 150), com os quais iria, naquela mesma noite, sem que o pressentissem os Legalistas, ocupar as estradas de Ouro Preto, Congonhas e Suaçuí; que no dia seguinte (25 [de julho]) fosse uma das colunas acampar defronte a Vila, na Estrada do Rio de Janeiro, e outra na de Itaverava, as quais deviam ir sucessivamente apertando o cerco até que os Legalistas se concentrassem todos na povoação, caso em que lhes seriam tomadas as fontes e eles, obrigados pela sede, entregar-se-iam à discrição).”

Assim o fizeram. MARCIANO BRANDÃO, EXCELENTE ESTRATEGISTA! Com sua proposta, levou os liberais à vitória. Aliás, QUELUZ foi o único lugar em que as tropas Legalistas foram vencidas, para se ver a importância do fato. Ao amanhecer do dia 26 de julho (data que deve ser comemorada em nossa cidade), a tropa legalista, com lenços brancos na ponta das baionetas, entregou-se.

Foi assim que Marciano Pereira Brandão, neto de Manoel Pereira Brandão, inscreveu o seu nome nas páginas da HISTÓRIA DE MINAS GERAIS.



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