terça-feira, 26 de novembro de 2013

AS COLCHAS DE SÃO GONÇALO NA EUROPA!






AS COLCHAS DE SÃO GONÇALO NA EUROPA!

Avelina Maria Noronha de Almeida


Francisco de Paula Ferreira de Rezende foi juiz municipal de órfãos do termo de Queluz, para onde veio em
1857. Quando escreveu o livro Minhas Recordações, nele focalizou, em alguns capítulos, o tempo que aqui passou. Entre vários relatos interessantes, encontramos, em sua obra, o seguinte trecho sobre nossa terra:
          
  “Composto de campo e mato, a indústria do município em 1857 consistia: primeiro na criação de animais, sobretudo muares, cujo preço era de 50$000 mais ou menos na idade de um a dois anos; segundo, na cultura  da cana em ponto maior ou menor; e terceiro, finalmente, na de mantimentos, para a qual a mata era boa e os capões ainda melhores.

Queluz era, portanto, naquele tempo, (...) um dos melhores celeiros de Ouro Preto. Além dos tecidos de algodão para uso doméstico e que se encontravam por toda parte, havia na freguezia da vila uma fazenda ou um lugar chamado São Gonçalo onde se faziam umas colchas ou antes cobertores de lã, alguns dos quais tinham no centro as armas imperiais, obra tão bonita e tão perfeita que apesar de ser o seu custo de 50$000, não era fácil de obtê-los; visto que, além de serem muito procurados, sobretudo para presentes, na Corte e na província, até para a Europa, segundo depois vim a saber, alguns foram, por intermédio de minha sogra, para as nossas princesas que ali residiam ou para encomendas destas.”

Várias pessoas já me disseram terem visto uma dessas colchas, com o bordado das armas imperiais, exposta em uma vitrina no Museu de Ouro  Preto.
            
Estão vendo como SÃO GONÇALO DO BRANDÃO é importante?
            
Recentemente foi lançado um livro muito interessante: “CAMINHOS DO CERRADO – A trajetória da Família Pereira Brandão”, escrito por José Américo Ribeiro, Eduardo Carvalho Brandão e Olímpio Garcia Brandão, descendentes de Manoel Pereira Brandão.

A obra, em formato grande e com 561 páginas, grande também na essência, focaliza a genealogia do varão português, filho de Lucas Pereira e Maria Brandão, que chegou a Carijós por volta de 1720, casado com Jerônima do Pinho, filha de Estevão João e MariaTavares, trazendo os filhos Manoel, Damiana Roza de São José, João, Alexandre, Theodósio (antepassado dos autores) e Roza Maria de São José. Vieram eles da freguezia de São Miguel de Urrô, Conselho de Arouca, bispado de Lamego, distrito de Aveiro, em Portugal, desenvolvendo, de modo detalhado e extenso, a descendência de Theodósio, que é a linha direta de parentesco deles. Esse trabalho  é feito de maneira muito atraente pela quantidade de fotos e de fatos acontecidos com membros da família.
            
A ilustração do livro é farta, inclusive com um mapa de Queluz, desenhos e fotos de nossa terra, como da antiga igreja, quase em ruínas (agora totalmente recuperada), da igreja nova de São Gonçalo, da gravura do movimento de 1842 em Queluz e da nota de 100 cruzeiros em homenagem ao Duque de Caxias, focalizando (vejam só que homenagem!...) a batalha de Queluz onde a tropa de  Caxias foi derrotada. Quando descobriram o desagradável deslize, logo depois de lançada, foi retirada de circulação. Há uma nota dessas no Museu Perdigão.
            
No anexo I, vem um estudo feito pelo historiador lafaietense Allex Assis Milagre sobre os demais filhos de Manoel Pereira Brandão, destacando a importância “desse clã que teve participação destacada na vida social, política, artística e cultural desta terra”.

           

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