sábado, 18 de janeiro de 2014

VOZ DO SINO





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VOZ DO SINO

Avelina Maria Noronha de Almeida



Dia 8 de dezembro foi a festa de NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO, PADROEIRA DA CIDADE.

Muitos não sabem que o atual templo da Praça Barão de Queluz não foi o primeiro dedicado a ela em nossa terra. Ainda no século XVIII, os bandeirantes, ajudados pelos índios carijós, construíram uma ermida muito singela, de madeira ou cercada de esteiras e coberta com folhas de colmo, como nos sugere Pe. José Duarte de Souza Albuquerque, certamente substituída, algum tempo depois, por uma igrejinha de pau-a-pique. No princípio do século XVIII, foi erigida, no atual Bairro de São João, uma igrejinha para a qual se transferiu a invocação de Nossa Senhora da Conceição, sendo ali criada a paróquia em 1709.

Em 1731, a Irmandade do Santíssimo Sacramento decidiu construir a atual igreja, na Praça Barão de Queluz, iniciando-se as obras logo depois. Atualmente a igreja está passando por um trabalho de restauração, mas não teremos de novo o sino que, no século XIX e grande parte do século XX, enchia os nossos ares com um som maravilhoso, pela grande quantidade de ouro que nele havia.

Que tristeza transmitia, geralmente à tardinha, quando dobrava lenta e tristemente porque passava um enterro na igreja. Era de cortar o coração!... Porém, ao chamar o povo, nas manhãs luminosas e fresquinhas, para a celebração da Santa Missa, ou ao anunciar festas e procissões, como repicava alegre e festivo!

MARIA DA CONCEIÇÃO FURTADO DE MENDONÇA, uma poetisa de grande sensibilidade, nascida em Queluz, no dia 31 de maio de 1908, filha de Alfredo Furtado de Mendonça e de Leonor Furtado de Mendonça. Farmacêutica, falecida em 6 de maio de 1991, fez um belo soneto sobre o nosso sino

TEU SINO

Maria da Conceição Furtado de Mendonça


Sempre que penso em meu rincão querido,
Escuto a voz de um sino a repicar...
Parecia festivo, colorido,
O seu som que subia pelo ar.

Mas quando alguém morria, quão sofrido
Transmitia o seu triste badalar...
Parecia um lamento tão sentido,
Que, sem querer, me punha a soluçar.

Fico sempre a lembrar, terra querida,
O teu sino a vibrar, belo dmais,
Na sua voz de bronze comovida.

Tanger de sino igual ouvi jamais,
Nunca mais escutei em minha vida.
Nunca mais, minha terra, nunca mais.




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