sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

MARCOS VINICIUS - TRAJETÓRIA DE MUITO SUCESSO - ELE TAMBÉM É UM POUCO NOSSO










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MARCOS VINICIUS - TRAJETÓRIA MUSICAL DE MUITO SUCESSO

ELE TAMBÉM É UM POUCO NOSSO

...suas raízes estão também honrando nosso solo.

Avelina Maria Noronha de Almeida



É muito comum ouvir-se a expressão “Prata da Casa”, mas prefiro falar “Ouro da Casa, quando falo de alguma pessoa de Lafaiete que se destaca pelo seu talento ou realizações importantes. Embora o focalizado nos próximos artigos seja “Ouro da Casa” de Congonhas, nossa cidade irmã porque a criação da Real Villa de Queluz foi fruto da solicitação do povo de Carijós, Congonhas e Itaverava, ele é também um pouco nosso.





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Marcos Vinicius nasceu no dia 17 de outubro de 1961 em Congonhas, mas sua mãe, Celi, é lafaietense assim suas raízes estão também honrando nosso solo. Se já temos raízes de Tom Jobim na distante Carijós, pois sua quinta avó, Luzia Rita da Esperança, nasceu em Carijós (antigo nome de Conselheiro Lafaiete) onde foi batizada em 23 de novembro de 1732, mais recentes e fortes são as raízes de Marcos Vinicius.

Celi, sua mãe, foi minha colega de escola. Filha do Sr. Cardoso, morava no Prado, um pouco antes da Praça da Bandeira. Quando seu pai faleceu, mudou-se para a casa dos avós maternos, duas casas abaixo de minha residência. À noite, eu costumava ficar com algumas vizinhas sentada nuns degraus que havia defronte minha casa. Víamos quando o namorado da Celi ia embora e ela ficava olhando enquanto ele descia a rua. Ao chegar na confluência de nossa rua com a rua Luiz Leite, ele se voltava e dava um adeus para ela. Eu achava isso muito romântico e bonito. Formavam um belo casal. Depois eles se casaram e ela se mudou para Congonhas, onde ele residia. Ali nasceu o Marcos Vinícius. Este introito foi só para vocês sentirem como o grande artista está ligado à nossa cidade.

Só uma ligeira apresentação sobre a importância do célebre violonista, que tem alcançado um enorme sucesso entre o público e a crítica e muito premiado utilizando a Internet:

O Presidente da "Accademia della Chitarra Classica di Milano" e Diretor Artístico do "Music Arts – Festival Internazionale di Legnano", Itália, Marcos Vinícius, foi incluído em um dos mais importantes dicionários de violonistas do mundo, o "Guitar&Players" publicado pela Ashley Publishing C.o, de Londres.

Mais outra informação na mesma fonte:

Marcos Vinícius foi o representante brasileiro no "II Internacional Guitar Festival" (Polônia) e, na Itália, apresentou-se no "Festival Internazionale Chitarristico Bustese", além de ser o concertista convidado para o famoso evento "Festa Internacional da Música". Ele foi convidado para a temporada de concertos do Konsert Resit Rey Concert Hall de Istambul, ao International Music Festival de Stresa (Italia). Participou do Festival Internacional de Guitarra de Irun e no International Guitar Festival di Aranda (Espanha) e ao importante St. John’s Smith’s Square, de Londres.

O nosso focalizado é chamado de "O Mágico das Seis Cordas".

Marcos Vinicius, iniciou sua carreira de concertista com a idade de 14 e, desde então, ele ganhou um crescente sucesso de público e crítica, tocando nas mais prestigiadas brasileiras e centros culturais europeus e depois em todo o mundo.





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Numa entrevista para o blog “Arte Brasil”, o violonista radicado na Itália, faz um depoimento sobre o seu início na música, e conta com muita espontaneidade e sensibilidade como tudo começou. Quando completou um ano de idade sua mãe, em suas palavras professora mas uma artista na confecção de doces e salgados, distribuíra entre as crianças presentes um bonequinho segurando um violão. Interessante coincidência! Aos oito anos, como em Congonhas todos se conhecessem, sua mãe permitia que fosse para a aula e depois voltasse para casa com um grupinho de colegas.

Vou deixar que ele mesmo conte o restante:

Um dia porém, ao retorno minha mãe não me viu entre os meus coleguinhas e obviamente se preocupou. Assim, resolveu fazer o percurso que fazíamos e me encontrou, parado e hipnotizado com um violão pendurado em um negócio que vendia de tudo... menos violão e que se encontrava na mesma rua onde passávamos para irmos à escola. Mas aquele violão era ali e, por sorte, o proprietário era amigo de meu pai, me conhecia, e não se importou com a minha presença mas ao mesmo tempo alertando-me da preocupação que estaria provocando à minha mãe. Enfim, minha querida mamãe encontrou-me e o proprietário disse:

"...Dona Celi, este menino está aí há vinte minutos e não descola o olhar do violão".

Naquele exato momento – penso que Deus colocara Suas mãos sobre a cabeça de minha mãe – que com dificuldades financeiras pela improvisa morte de meu pai aos 36 anos, comprou o violão para mim em prestações.”

Até hoje, todas as vezes que toco penso naquele dia sagrado para mim. Marquei este momento também depois de anos, dedicando à minha mãe meu CD "Viola ...Violar", bem como minha composição Midnight Valse publicada na Espanha. Assim começou minha trajetória. E’ difícil contar todos os fatos ou mesmo aqueles principais da própria vida porque são tantos. Porem, gostaria de deixar esta mensagem aos leitores e amigos: a fé, a força de vontade, determinação e disciplina unidos à flexibilidade como ser humano è o melhor modo para se conseguir um lugar ao Sol. As dificuldades existem...mas para seguirmos adiante...e nao para retornarmos atrás. Nao desçam do trem antes da próxima estação." Marcos Vinicius

Marcos Vinicius pode dar este conselho, pois suas palavras traduzem realmente como tem conduzido sua prolífera e brilhante existência.

Na referida entrevista, nosso focalizado conta que, depois daquele episódio na loja, que levou sua mãe a comprar o violão (tinha oito anos) começou a tocar em casa “trocando os dedos sem saber o que estava fazendo, mas admirado com os sons.” Um irmão da doméstica que trabalhava na casa de sua mãe tocava violão e ensinou a ele os primeiros acordes. No Colégio Piedade, de Congonhas, onde foi estudar, Irmã Crescência ensinou-o a tocar o violão clássico.

Morando em cidade pequena, encontrou muitas barreiras. Ele diz como reagiu diante delas: “[...] o dom estimula muito. Você encontra barreiras, mas é como se elas não existissem, você quer superá-las sempre.”





Belo Horizonte foi uma cidade significativa na vida do músico

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Com 14 anos, ele foi para Belo Horizonte residir com uma tia. Fez prova no conservatório, passou, entrando no terceiro ano. Ao tocar no casamento de uma prima, despertou a admiração do diretor de uma empresa importante o qual lhe deu um emprego, com isso dando uma estabilidade à sua vida.

Mesmo já conseguindo vencer na sua caminhada, não se satisfez com o alcançado. São muito bonitas as palavras com que ele traduz o que sentia e pensava naquela etapa de sua vida:

“[...] eu sempre achava que a estrada era muito pequena, eu queria sempre mais. Até hoje, eu não acho que o sucesso seja o ponto de chegada e sim uma via. Tem um começo mas não um fim. É ruim você ver muitas pessoas que param por achar que chegaram, se acomodam e ficam estagnadas.”

Ele não caiu na estagnação, procurando sempre oportunidades. “Me chamavam pra tocar, e eu ia. Se não me chamavam, eu ia também (risos).” Um dia pensou em promover um concerto no seminário do Sagrado Coração Eucarístico, em Belo Horizonte, em frente ao qual sempre passava. Entrou um dia, conversou, marcou um concerto. Há uma frase, da qual não me lembro direito, nem do seu autor, expressando o pensamento de que o universo conspira a favor da pessoa quando ela deseja muito uma coisa. Naquele concerto do seminário estava um missionário italiano, residente no Brasil havia alguns anos. Não é que o missionário pediu o currículo dele e convidou-o para estudar na Europa? Depois de seis meses, o jovem mineiro pisava em solo europeu. Foi assim que ele chegou onde sua carreira atingiria grandes alturas.




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“Foram tantos os momentos difíceis; tantos momentos de falta de coragem, de medo em não conseguir. Mas foi nestes momentos que percebi que a força se encontra no homem e não somente no artista. Vencendo momentos difíceis percebi também que o acreditar nas proprias possibilidades é a maior riqueza que podemos ter dentro de nós.”

“Além do seu virtuosismo, Marcos Vinicius nos permite ouvir os sons poéticos
escondidos nas cordas desse instrumentomaravilhoso.” Richard Chailly –
Diretor do Concertgbouw Royal – Amsterdam – Holland




National Symphony Orchestra of Ukraine
Viktoria Zhadko
Conductor
Concerto in A Major, op.30 n°1/Concerto for Guitar and Small Orchestra
Mauro Giuliani/Heitor Villa-Lobos
Marcos Vinicius
Guitar
20.05.2012 - 07.
With support from Brazilian Embassy in Kiev 00pm - Lisenko Hall - Kiev

Arquivo pessoal


Antes de continuar a focalizar a trajetória de Marcos Vinícius Cardoso Braga, mostrei, acima, uma das recentes apresentações do grande violonista, que foi em Kiev, com apoio da Embaixada Brasileira em Kiev.




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Kiev, uma bela cidade, é a maior cidade e capital da Ucrânia e uma das mais antigas cidades da Europa, com lindas construções, entre elas a Catedral de Santa Sofia e o Mosteiro de São Miguel com suas deslumbrantes Cúpulas Douradas.

A Ucrânia era uma das quinze repúblicas que formavam a União Soviética, tornando-se independente a partir da dissolução daquele império. Foi lá que nasceu a grande escritora da literatura brasileira, Clarice Linspector. É um importante centro cultural da Europa eslava e uma coisa muito importante é que, para a cultura nacional ucraniana, a cultura do povo é um elemento fundamental e básico.

Pois nessa cidade tão cultural, onde já se havia apresentado anteriormente, Marcos Vinicius é considerado e aplaudido como um dos mais importantes violonistas do mundo.

Continuando a falar sobre o início da carreira de nosso focalizado, vejamos o que ele mesmo responde ao entrevistador da revista Revelação quando este lhe perguntou como havia encontrado o estilo preferido para tocar no instrumento.

Ele respondeu:

– Uma vez me chegou em mãos um LP chamado “Vinte e sete horas de estúdio”, do grande violonista Badden Powel. Uma das coisas mais lindas que eu tinha escutado até aquele comomento. Depois desse dia, eu colocava o disco todos os dias e tentava tocar exatamente o que ele fazia. Algumas coisas eu consegui, outras não. Depois de um ano eu ouvi o grande André Segóvia tocando Bach. Quando eu o ouvi, disse: é esse o violão que eu quero. Daí, com 14 anos, eu fiz meu primeiro concerto com as músicas que eu sabia tocar e que eu tinha aprendido a tocar com as partituras.”

Com dezesseis anos, Marcos Vinicius recebeu o “Diploma de Honra” do Departamento Cultural de Congonhas e, em 1984, ganhou o importante “National Musical Villa Lobos Concurso”. Em 1987, foi o melhor guitarrista dos Master Classes escolhidos por Oscar Ghiglia e recebeu o “Diploma de Mérito” da Academia Musical Chigiana de Siena.

É formado como “Professor de Guitarra Clássica na Cadeira Superior” na Universidade do Estado do Brasil e é frequentemente convidado como professor e concertista por importantes conservatórios brasileiros, como o Recife Conservatório de Música e a Escola de Música Alta da Universidade Federal de Minas Gerais.

Digo sempre a meus alunos: se quiserem ser grandes artistas
por favor procurem primeira serem grandes homens.
Marcos Vinicius.

Marcos Vinicius reside na Itália onde, por vários anos, ocupou o cargo de Presidente da Academia Clássica de Milão.

No Brasil, apresentou-se como solista com as Orquestras Sinfônicas de Minas Gerais e de Pernambuco. Em 1992 recebeu o título de “Solista do Ano” por sua atuação como solista, com a Orquestra Sinfônica Brasileira, tocando o famoso “Concierto de Aranjuez”, de Joaquin Rodrigo, o músico espanhol que sobreviveu a um surto de difteria mas ficou como sequela a perda total de visão. Segundo Joaquin, esse fato o conduziu à música, tornando-se um dos expoentes máximos da música espanhola.

No dia 19 de julho de 2013, por ocasião do XVIII FESTIVAL DE INVERNO DE CONGONHAS, Minas Gerais, sua terra natal, Marcos Vinícius se apresentou na igreja São José.

Em relação ao músico espanhol, conta Marcos Vinicius quando lhe perguntaram, numa entrevista ao “Instituto Cultural Arte Brasil”, sobre os concertos que marcaram sua vida:

“ – Difícil dizer qual ou quais os concertos memoráveis para mim, pois cada um tem sua magia e seus momentos inesquecíveis. Recordo-me, porém, um em particular quando no camarim veio dar-me os parabéns a filha de Joaquin Rodrigo, que estava muito feliz pelo modo como tinha interpretado as obras de seu pai. Convidou-me, então, a passar uma tarde com Rodrigo, realmente um momento inesquecível e tão importante.

O nosso focalizado já se apresentou em cidades brasileiras como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife. Lembro-me de que ele tocou em uma festividade da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafayette, quando era presidente Alberto Libânio Rodrigues.

Recentemente apresentou-se em Congonhas



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No exterior, citando apenas alguns países em que realizou concertos com importante sucesso: Itália, Estados Unidos, Espanha, Inglaterra, Finlândia, Belgrado, China, Turquia, Suíça, Áustria, Sérvia, Israel e Polônia, país em que representou o Brasil no Festival Internacional de Guitarra. Entre suas performances mais importantes, podem-se citar atuações nas comemorações dos 10.000 anos cidade de Jericó – a cidade mais antiga do mundo – e também no Edifício Central da ONU, em Nova York.

Obras de Marcos Vinicius, citadas por ele mesmo na entrevista já citada:
Transcrições e revisões são inúmeras e já publicadas mas algumas ainda por serem elaboradas para as editoras. Composições originais penso aproximadamente 30, incluindo aqui aquelas dedicadas aos jovens violonistas e que se encontram dentro de coletâneas. Obras de grande porte, isto è, para concertistas posso relacioná-las:

The Awakening of the Wizards, Serrado, Galope, Preludio et Danse, Senhor do Bonfim, Le vent à Charlevoux, Africana e mais recentemente e já publicada Ararat, estas para violão solo. Para violão e violino/flauta Les fleurs de mon Jardin; para duo de violões Along the River e para quarteto de violoes Walking Together e Mis manos...mi corazòn, uma homenagem ao encanto da cultura peruana.

Ele é frequentemente convidado para programas televisivos e radiofônicos em todo o mundo como o CCTV9 asiático, italiano Rai Radiotelevisión, Rádio Vaticano, Rádio FM Concerto no Paraguai (que tem dedicado uma noite inteira para sua carreira), e suas gravações estão em trilhas sonoras de músicas clássicas das mais importantes linhas europeias.

Sua discografia é composta de quatro CD’s: "Dedicatoria", "My Hands…My Soul", "Marcos Vinicius, Guitar Recital" e "Leyendas" vem recebendo as mais importantes críticas de revistas especializadas em música, dentre as quais "Amadeus" a prestigiosa revista italiana de Musica.

Para concluir, algumas críticas sobre o nosso focalizado:

“…Marcos Vinicius, virtuoso da guitarra que se assemelha a Liszt”.
Mario Bertasa – “L’Eco di Bergamo” – Italy

"... Além de seu virtuosismo, Marcos Vinicius nos permite ouvir os sons poéticos escondidos nas cordas desse instrumento maravilhoso." Riccardo Chailly – Diretor do Concertgbouw Royal – Amsterdam – Holland

"... Marcos Vinicius redefine as regras da música"Dean L. Farley – EUA

"... Marcos Vinicius acaricia os sons musicais e frases com leveza onírica e precisão dialógica." Antonio Brena - "Amadeus" - Itália


3 comentários:

  1. Quando o Marcos Vinícius chegou em Belo Horizonte foi contratado para trabalhar na empresa em que eu era chefe do Departamento de Pessoal, onde ele foi lotado. Por isto sinto-me feliz em ver o seu grande sucesso atual. Naquela estava iniciando como violonista. E hoje é um dos maiores virtuoses de mundo. Que bom ver isto...

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    1. Prezado José}
      Boa Noite!

      Como fiquei feliz em ver seu comentário!Saber que minha homenagem ao Marcos Vinicius foi apreciada por você e que consegui o meu objetivo de trazer para o blog a grandiosidade do talento deste músico. A sua mensagem prova isto.Muito agradecida pela felicidade que me proporcionou hoje. Grande abraço.Avelina

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  2. Avelina, acompanhei a trajetória de Marcos Vinícius aqui em Belo Horizonte. Ele estudou violão na UFMG, com o querido professor José Lucena Vaz. Mesmo sem ser fotógrafo profissional, fiz algumas fotos de apresentações dele; fiz, amadoristicamente, gravações de Marcus solando ao violão. Marcos criou uma escola de violão aqui em Belo Horizonte; formou, inclusive, uma Orquestra de Violões com seus alunos. Com esta orquestra, me lembro que o acompanhei em três eventos: a gravação de um especial no programa “Arrumação” (Saulo Laranjeira), na Rede Minas, emissora estatal, uma apresentação no Teatro Municipal de Ouro Preto (construído em 1769), outra no Teatro Municipal de Sabará (segundo teatro mais antigo do Brasil). Ele chegou a editar uma modesta revista de violão, antes de ir para a Itália, com o incentivo e o apoio de um padre italiano, que, salvo engano, era professor no Seminário Coração Eucarístico de Jesus, no Campus da PUC Minas. (Dirceu Lelis de Moura * dirceu.urucuia@gmail.com)

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