terça-feira, 17 de dezembro de 2013

A POESIA QUELUZIANA E LAFAIETENSE E O NATAL


















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A POESIA QUELUZIANA E LAFAIETENSE E O NATAL

Avelina Maria Noronha de Almeida


A poesia é a rainha da Cultura. É ela que toca de maneira mais profunda o sentimento humano. Assim, para falar sobre Natal, vamos convocar os nossos poetas queluzianos (nascidos ou que em nossa cidade exerceram importante atuação cultural antes de 27 de março de 1934, quando a cidade de Queluz passou a chamar-se Conselheiro Lafaiete, em homenagem ao grande jurisconsulto, político e homem de estado Conselheiro Lafaiete) e lafaietenses, quando nasceram ou aqui viveram depois dessa data). Estes poemas estão na antologia Agenda Santo Antônio de Queluz, editada em 1993.

Quando Jesus veio ao mundo
Trouxe Paz... Amor... Bonança...
Levou um pesar profundo,
Deixou na Terra Esperança.
Mauro Barbosa Armond

Ah ! se uma trova eu fizesse,
neste Natal de Jesus,
seria em forma de prece,
bordada em rimas de luz.
Paulo Emílio Pinto

NASCIMENTO DE JESUS
Agostinho Evaristo Lana

Para um recenseamento, humildemente,
José e Maria foram a Belém.
E uma estrela com brilho diferente,
Andava lá no céu azul também...

Aos rastos de José, na areia quente,
Vinham raios de luz estrada além...
E o vento, em santo aplauso, reverente,
Punha os galhos das flores num vaivém...

E após as homenagens do caminho,
Cheias de céu e cheias de carinho,
À estalagem José foi com Maria.

E como lá nenhum lugar havia,
Uma gruta singela os acolheu
E à meia noite, ali, Jesus nasceu.


NATAL

Agostinho Evaristo Lana

Caminhavam, santamente
José e Maria a Belém...
Uma estrela reluzente
No céu andava também...

Pela estrada, humildemente,
Ante os mistérios do Além,
Evocavam Deus clemente
Sem dizer nada a ninguém...

E em chegando à gruta, enfim,
Tão humilde, tão singela,
Vendo palhas dentro dela,

A mãe de Deus, mesmo assim,
De nada ali se desfaz
E ergue a Catedral da Paz...

NATAL
Padre Carlos dos Reis Baêta Braga

Frio intenso, cai a neve
Embranquecendo os caminhos.
Um vento suave e leve
Perpassando sobre arminhos...

Noite escura, o céu rebrilha,
Com fulgor a cintilar,
Indicando a maravilha:
Um Deus ao homem se dar!

Em Belém, na gruta fria,
Sobre o capim a chorar,
Pobre criança jazia,
Sem teto, sem pão, sem lar.

Frágil corpinho de flor,
Na manjedoura a tremer,
Prodígio, obra de amor,
Um Deus à terra descer!

Meu coração é a gruta:
Suja, infecta, escura e fria...
É tua, senhor, escuta:
Mora nela! Que alegria!

NATAL
Aos meus companheiros de prisão
Dimas da Anunciação Perrin

Se eu pudesse pedir algum presente
Ao bom velhinho amigo das crianças,
Não pediria muito. Tão somente
Que renovasse nossas esperanças.

Na força criadora da bondade
Que ilumina e promove a inteligência
Dos homens e, das garras da maldade
Opressora, liberta sua consciência.

Sentimento que inspira nobres atos
E salva, do ódio, nosso interior
Até mesmo antes os mais horríveis fatos,

A bondade é que vai levar, só ela,
Nosso mundo à justiça e à paz, ao amor
E a uma vivência humana, digna e bela.
(Cadeia do Ponto Zero, RJ, 25/XII/1974)

NATAL
Mariana de Andrade Ávila Torga

Já vou armar com carinho
um delicado bercinho
dentro do meu coração
pra quando o Natal chegar
o Menino Deus deitar
e escutar minha oração.

Vamos, minha alma, desperta,
fique tranqüila e alerta
pois Jesus Cristo já vem.
Vai nascer tão pobrezinho,
sem berço nem sapatinho
na lapinha de Belém.

Ele nos traz esperança,
muito amor, paz e bonança,
a promessa de um sorsriso.
Vai trazer um mundo novo
para alegria do povo
e a visão do paraíso.

Abrirá nossos caminhos
e um bando de passarinhos
cantará ao amanhecer.
Findará toda tristeza
pois a bela natureza
fará tudo renascer.

Que a vossa vinda, Jesus,
traga do céu muita luz
sobre as trevas deste mundo.
Que a injustiça e maldade
cedam à fraternidade
num sentimento profundo.

Meu querida Deus Menino,
entrego-vos meu destino,
minha vida, pranto e dor.
Os sonhos que se perderam,
as ilusões que morreram,
aceito por vosso amor.

Hoje vivo da saudade
e um grande pesar me invade
nas horas da solidão;
mas eu coloco meus “ais”
com confiança demais
No Sagrado Coração.

Para terminar, também vou colocar a minha mensagem poética, com votos, aos que lerem esta página, de saúde, sucesso, felicidade e muita...

...PAZ
Avelina Maria Noronha de Almeida



Que na ampulheta das eras
se marquem verões, invernos,
outonos e primaveras,

mas sejam tempos risonhos,
com amores sempiternos
e uma seara de sonhos...

Apenas doirada areia
deslize ao fluir dos ventos
e à urdidura da teia.

Sequem-se todos os prantos!
Na aventura dos momentos
haja sempre ceia e cantos...

Encerrem-se as reuniões
com abraços e sorrisos
nos encontros das Nações,

e astros de brilho invulgar
- fulgores de paraísos -
acendam-se em cada olhar!

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